sábado, 26 de abril de 2014

Capítulo 3 - O despertar de um sonho.

Fala, povo.

Demorei, eu sei... se ocês quiserem ler... tá aí...

Estou escrevendo... aos poucos... >.< leiam SE quiserem... :p...

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Desde que me entendo por gente, vivo aqui nessa cidade de green hill. Vivi aqui com minha família a vida inteira. Meus pais se mudaram pra cá pouco depois que eu nasci. Quando fiz meus 12 anos, minha mãe deu a luz à minha pequena irmã. Só que o nascimento dela acabou trazendo alguns gastos a mais pra casa, que pioraram com a morte do meu pai num acidente de trabalho.

A partir daí, nossa família só se afundou em dívidas... Nessa época minha irmã ia completar seus 4 anos de idade e eu, 16. Arrumei um trabalho de meio período enquanto estudava, e quando terminei a escola, consegui um trabalho em tempo integral pra conseguir ajudar a sustentar a casa. A pensão que minha mãe recebia do trabalho do meu pai não era o suficiente para manter a casa comigo e minha irmã.
Apesar da perda do meu pai e das dificuldades financeiras que sofríamos em casa, eu vivia uma vida bem tranquila...

Exceto por uma coisa...

Desde criança eu tinha, algumas noites, uns sonhos meio estranhos. Na verdade eles eram bem normais... apenas quando eu estava dormindo. Os sonhos eram como representações de um dia, um momento do dia, normal, eu apenas não tinha vivido esses momentos. O mais estranho e surreal era que esses sonhos, na maioria das vezes, se concretizavam... aconteciam.

O dia que eu achei uma nota de 20 na rua, o dia que eu me mijei nas calças no meio da sala de aula, o dia que meu cachorro morreu, o dia em que arrumei meu emprego de meio período... todos esses dias eu já tinha vivido eles na minha mente na noite anterior deles ocorrerem.

Quando comecei a ficar mais velho, esses sonhos meio que desapareceram. Eu fiquei mais de 2 anos sem ter nenhum sonho desses que previam o futuro.


Até agora.




Quando acordei e abri os olhos, não consegui ver nada. Um pano estava cobrindo minha cabeça. Tentei gritar, mas uma fita adesiva estava prendendo a minha boca. Tentei me mexer, porém estava amarrado a uma cadeira. Pernas e mãos pra trás, corpo amarrado ao encosto... estava totalmente imobilizado.

Comecei a me agitar, tentando fazer de tudo pra me soltar, entender a situação. A cena da minha irmã caída encoberta de sangue veio como um flash na minha mente, mas nem tive tempo de pensar em nada.

De repente senti como se estivesse debaixo de uma cachoeira. Muita água caía em cima de mim, me desesperei mais ainda. Tentava respirar mas não conseguia, a água esta encharcando o pano que cobria minha cabeça... entrei em desespero tentando respirar, mas só vinha água...

Quando senti que estava prestes a perder minha consciência, uma mão vem, descobre minha cabeça e eu consigo respirar. Quando abri os olhos, vi apenas uma luz forte com uma silhueta preta na minha frente. Uma voz grave começou a entrar nos meus ouvidos.

 - Então quer dizer que você é o portador dos sonhos?

No choque, apenas respirava. Meu pensamento estava emaranhado, não conseguia entender nada que estava na minha mente.

De repente aparece uma segunda silhueta.

 - Você acha mesmo que ele sabe que é um portador? – Disse a voz que deveria pertencer à segunda silhueta. -  Você acha que ele sabe o que é um portador? Ele não passa de uma criança... – Nesse momento ele aproximou-se de mim. Quando ele chegou perto o suficiente consegui ver seu rosto, ou o que restava dele. A pele morena, um óculos escuro, dentes amarelados... e o lado direito do rosto com uma cicatriz enorme de queimadura. – E então, garoto – disse ele olhando para mim – Você sabe o que é um portador?

Estava desesperado... não tinha como não estar. Estava amarrado a uma cadeira, todo dolorido, com uma fita cobrindo minha boca e tinha dois homens em pé, na minha frente, me fazendo perguntas sobre algo que não sabia. Minha irmã ainda não saía da minha cabeça. Não fazia ideia do que poderia estar acontecendo.

 - ESTOU FALANDO COM VOCÊ, SEU MERDA! – um forte tapa acertou meu rosto... voltei a encará-lo tonto. - Por acaso vc não sabia que você não pode mudar seu destino!?

 - Não foi você mesmo quem disse que ele não sabe quem é? Deixe-o em paz. Logo ele irá aprender – Disse a primeira voz.

-Tudo bem – disse o homem à minha frente mostrando seu sorriso amarelado – ele irá descansar com bastante paz, agora... – Ao término da frase, tudo que eu pude ver foi ele preparando um soco. Senti o impacto em cheio no meu rosto e não me lembro mais de nada.

Não faço ideia de quanto tempo se passou, se foi um minuto, uma hora, um dia ou uma semana, só sei que despertei com alguém jogando água no meu rosto e me dando leves tapas.

 Meu Deus, mais água no rosto.

Porém, quando abri os olhos e olhei pra frente, não vi nenhum dos homens que estavam comigo da ultima vez. O que eu vi foi uma mulher com longos cabelos e vestindo uma roupa preta. Foi quando eu senti um alívio nas amarras das minhas mãos e pés. De repente ela aproxima seu rosto do meu e eu consegui olhar seu rosto. Mas tudo que eu reparei na hora foram seus longos cabelos loiros e seus olhos verdes.

 - Corre! Some logo daqui, antes que descubram que eu vim aqui! Tem uma saída seguindo por aquele corredor à esquerda. Só peço que você corra como se o mundo fosse acabar. – Ela disse após terminar de cortar as cordas – E pode ter certeza: Se te pegarem, o mundo VAI acabar... – Poucos segundos depois de ela ter me soltado da cadeira e eu ter levantado com dificuldade, um grande estouro ecoou da porta de trás de mim e um grito agonizante veio logo em seguida. Agora que eu pude ter uma visão completa da sala, vi que se tratava de uma sala circular com várias portas ao redor. – MERDA! – exclamou a mulher – Ele vai nos encontrar! Corre!

Após ela ter me apontado a porta pra seguir, não pensei duas vezes: Reuni toda a minha força restante e disparei em direção à porta que estava aberta. Segui disparado por um corredor que mais se parecia com uma caverna: Paredes de pedra irregulares e tochas de luzes fracas e tremulantes guiavam-me o caminho.

Corri pelo que me pareceu uns dois minutos até chegar à bifurcação e tomei o caminho da esquerda, como fui instruído. O caminho seguia por uma subida. Estava úmido, então o chão estava um pouco escorregadio. 

Fui subindo com dificuldade, até que avistei uma luz vinda do topo. Corri com tudo em direção à saída. Ou pelo menos o que eu achava que era a saída.

Ao chegar ao topo, vi que não se tratava da saída em si, mas o caminho, que era uma subida, se transformava subitamente em uma descida íngreme. Cheguei correndo ao topo e tentei parar quando alcancei a descida. Infelizmente Newton estava certo sobre a inércia e, com o limo que estava formado no chão graças à umidade, não consegui parar a tempo.

Comecei a descer escorregando. Ganhava mais velocidade a cada momento que se passava. O chão era extremamente liso, mas as paredes eram de pedra bruta. De repente as paredes se tornaram lisa, o chão ficou mais liso ainda, água estava começando a escorrer junto comigo e, após esse inusitado tobogã ter feito uma curva à esquerda, eu vi literalmente uma luz no fim do túnel se aproximando de mim com uma velocidade absurda.

Quando cheguei ao final, todo o chão desapareceu debaixo de mim e eu despenquei. Quando olhei pra baixo vi um enorme lago. A queda não foi muito alta, mas foi o suficiente para me deixar um pouco desnorteado ao bater na água.





Após algumas braçadas, consegui emergir para a superfície e vi um pequeno chalé de pedra construído à beira desse lago. Olhei pra trás e vi de onde caí: Um tubo de esgoto saía de um paredão de pedra a uns 4 metros acima do lago. O tombo não foi muito grande, realmente. Mas... o nojo de ter saído do tubo de esgoto continuava... Ainda mais que eu tinha ralado meus dois braços nas paredes do tubo.

Procurei sair o mais rápido possível do lago, assim que subi suas margens, eu consegui olhar melhor onde estava. Estava literalmente no meio do NADA. No meu campo de visão só tinha esse chalé construído com pedras, o paredão que se estendia muitos metros acima do chão, praticamente liso até onde a vista alcançava e, ao redor de tudo, uma mata verde extremamente densa me fazia sentir como se estivesse aprisionado naquele lugar.

Não tinha outra coisa a fazer, precisava sair daquele lugar. Mas aquela casa por algum motivo estava me intrigando. Não resisti e me aproximei da casa (afinal ou era ir pra essa casa ou encarar o mato no peito). 

Mas quando me aproximei da porta, algo surpreendente aconteceu.

A mulher que me ajudou a escapar simplesmente saiu da parede. Isso mesmo: SAIU DA PAREDE, como alguém que atravessa uma porta, simplesmente atravessou uma barreira de pedra, veio em minha direção, tapou minha boca com a mão, me jogou contra a porta da casa e eu caí pra dentro da casa, sem saber o que fazer. Ela logo em seguida entrou e fechou a porta. Uma tocha automaticamente se acendeu na parede fazendo iluminar o pequeno cubículo de pedra úmida que era essa casa.

 - Silêncio, por favor – disse ela enquanto fechava a porta – Eu sei que você quer explicações, e já vou te dar. Ou melhor, vão te dar.

Ela começou a andar na minha direção, mas percebi que eu não era seu destino, ela seguiu direto pra parede que estava atrás de mim. Levantei-me e comecei a olhar a casa. Era pequena, com apenas um cômodo. Eu conseguia ver uma cama na outra ponta da casa, uma escrivaninha no pé da cama com uma vela queimada sobre ela, duas tochas estavam na parede que tinha a porta e na parede atrás de mim tinha uma estante com 
vários livros.

Ela vestia a mesma roupa que estava usando quando ela me soltou daquela cadeira: uma roupa preta colada ao corpo, parecia uma roupa que tinha saído de um mangá. Quando passou por mim, eu reparei algo estranho: seu pescoço não era claro como sua pele, tinha uma aparência acinzentada... Mas não tive tempo de dizer nada. Logo ela seguiu em direção à estante de livros, começou a procurar algum livro específico. Após alguns segundos ela achou, colocou a mão em um livro vermelho e o puxou. Na hora ela me chamou pra perto dela.

 - Fique comigo, não se afaste de mim. Logo você já terá algumas respostas. Sinto muito.
Estava sem reação. Não conseguia agir por conta própria, parecia que estava sendo controlado contra a minha vontade. Aproximei-me dela pensando somente na minha irmã. Não conseguia pensar em mais nada.
Quando percebi, a estante de livros girou pra dentro da parede, revelando uma escadaria de pedra que descia pra uma caverna imensa iluminada por tochas. Foi quando ouvi a voz da mulher no meu ouvido.

 - Antes que você pergunte, me chame de Sarah. E eu já peço desculpas por isso. – Na hora, senti uma pontada no meu braço, olhei e ela estava com uma seringa em mãos. Não tive tempo de reagir. Apenas vi o mundo escurecendo, meu corpo ficando fraco e de repente o chão sumiu dos meus pés. Apaguei. Quando acordei, estava deitado em uma cama quente e confortável, um cheiro de incenso invadiu meu nariz, olhei e vi que o quarto no qual estava era imenso, num estilo colonial. Móveis de madeira ornamentados, alguns quadros nas paredes que não identifiquei o que mostravam e, ao lado da cama, tinha uma senhora de cabelos longos e brancos, pele enrugada e olhos azuis sentada, me olhando.


 - Que bom que você acordou, grande Portador dos Sonhos.

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É isso, galera... o próximo capítulo está em produção... pretendo entregá-lo pra vocês.... em breve...

até mais <o

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