Demorei, eu sei... se ocês quiserem ler... tá aí...
Estou escrevendo... aos poucos... >.< leiam SE quiserem... :p...
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Desde
que me entendo por gente, vivo aqui nessa cidade de green hill. Vivi aqui com
minha família a vida inteira. Meus pais se mudaram pra cá pouco depois que eu
nasci. Quando fiz meus 12 anos, minha mãe deu a luz à minha pequena irmã. Só
que o nascimento dela acabou trazendo alguns gastos a mais pra casa, que
pioraram com a morte do meu pai num acidente de trabalho.
A partir
daí, nossa família só se afundou em dívidas... Nessa época minha irmã ia
completar seus 4 anos de idade e eu, 16. Arrumei um trabalho de meio período
enquanto estudava, e quando terminei a escola, consegui um trabalho em tempo
integral pra conseguir ajudar a sustentar a casa. A pensão que minha mãe
recebia do trabalho do meu pai não era o suficiente para manter a casa comigo e
minha irmã.
Apesar
da perda do meu pai e das dificuldades financeiras que sofríamos em casa, eu
vivia uma vida bem tranquila...
Exceto
por uma coisa...
Desde
criança eu tinha, algumas noites, uns sonhos meio estranhos. Na verdade eles
eram bem normais... apenas quando eu estava dormindo. Os sonhos eram como
representações de um dia, um momento do dia, normal, eu apenas não tinha vivido
esses momentos. O mais estranho e surreal era que esses sonhos, na maioria das
vezes, se concretizavam... aconteciam.
O dia
que eu achei uma nota de 20 na rua, o dia que eu me mijei nas calças no meio da
sala de aula, o dia que meu cachorro morreu, o dia em que arrumei meu emprego
de meio período... todos esses dias eu já tinha vivido eles na minha mente na
noite anterior deles ocorrerem.
Quando
comecei a ficar mais velho, esses sonhos meio que desapareceram. Eu fiquei mais
de 2 anos sem ter nenhum sonho desses que previam o futuro.
Até
agora.
Quando
acordei e abri os olhos, não consegui ver nada. Um pano estava cobrindo minha
cabeça. Tentei gritar, mas uma fita adesiva estava prendendo a minha boca.
Tentei me mexer, porém estava amarrado a uma cadeira. Pernas e mãos pra trás,
corpo amarrado ao encosto... estava totalmente imobilizado.
Comecei
a me agitar, tentando fazer de tudo pra me soltar, entender a situação. A cena
da minha irmã caída encoberta de sangue veio como um flash na minha mente, mas
nem tive tempo de pensar em nada.
De
repente senti como se estivesse debaixo de uma cachoeira. Muita água caía em
cima de mim, me desesperei mais ainda. Tentava respirar mas não conseguia, a
água esta encharcando o pano que cobria minha cabeça... entrei em desespero
tentando respirar, mas só vinha água...
Quando
senti que estava prestes a perder minha consciência, uma mão vem, descobre
minha cabeça e eu consigo respirar. Quando abri os olhos, vi apenas uma luz
forte com uma silhueta preta na minha frente. Uma voz grave começou a entrar
nos meus ouvidos.
- Então quer dizer que você é o portador dos
sonhos?
No
choque, apenas respirava. Meu pensamento estava emaranhado, não conseguia
entender nada que estava na minha mente.
De
repente aparece uma segunda silhueta.
- Você acha mesmo que ele sabe que é um
portador? – Disse a voz que deveria pertencer à segunda silhueta. - Você acha que ele sabe o que é um portador?
Ele não passa de uma criança... – Nesse momento ele aproximou-se de mim. Quando
ele chegou perto o suficiente consegui ver seu rosto, ou o que restava dele. A
pele morena, um óculos escuro, dentes amarelados... e o lado direito do rosto
com uma cicatriz enorme de queimadura. – E então, garoto – disse ele olhando
para mim – Você sabe o que é um portador?
Estava
desesperado... não tinha como não estar. Estava amarrado a uma cadeira, todo
dolorido, com uma fita cobrindo minha boca e tinha dois homens em pé, na minha
frente, me fazendo perguntas sobre algo que não sabia. Minha irmã ainda não
saía da minha cabeça. Não fazia ideia do que poderia estar acontecendo.
- ESTOU FALANDO COM VOCÊ, SEU MERDA! – um
forte tapa acertou meu rosto... voltei a encará-lo tonto. - Por acaso vc não
sabia que você não pode mudar seu destino!?
- Não foi você mesmo quem disse que ele não
sabe quem é? Deixe-o em paz. Logo ele irá aprender – Disse a primeira voz.
-Tudo
bem – disse o homem à minha frente mostrando seu sorriso amarelado – ele irá
descansar com bastante paz, agora... – Ao término da frase, tudo que eu pude
ver foi ele preparando um soco. Senti o impacto em cheio no meu rosto e não me
lembro mais de nada.
Não faço
ideia de quanto tempo se passou, se foi um minuto, uma hora, um dia ou uma
semana, só sei que despertei com alguém jogando água no meu rosto e me dando
leves tapas.
Meu Deus, mais água no rosto.
Porém,
quando abri os olhos e olhei pra frente, não vi nenhum dos homens que estavam
comigo da ultima vez. O que eu vi foi uma mulher com longos cabelos e vestindo
uma roupa preta. Foi quando eu senti um alívio nas amarras das minhas mãos e
pés. De repente ela aproxima seu rosto do meu e eu consegui olhar seu rosto.
Mas tudo que eu reparei na hora foram seus longos cabelos loiros e seus olhos
verdes.
- Corre! Some logo daqui, antes que descubram
que eu vim aqui! Tem uma saída seguindo por aquele corredor à esquerda. Só peço
que você corra como se o mundo fosse acabar. – Ela disse após terminar de
cortar as cordas – E pode ter certeza: Se te pegarem, o mundo VAI acabar... –
Poucos segundos depois de ela ter me soltado da cadeira e eu ter levantado com
dificuldade, um grande estouro ecoou da porta de trás de mim e um grito
agonizante veio logo em seguida. Agora que eu pude ter uma visão completa da
sala, vi que se tratava de uma sala circular com várias portas ao redor. –
MERDA! – exclamou a mulher – Ele vai nos encontrar! Corre!
Após ela
ter me apontado a porta pra seguir, não pensei duas vezes: Reuni toda a minha
força restante e disparei em direção à porta que estava aberta. Segui disparado
por um corredor que mais se parecia com uma caverna: Paredes de pedra
irregulares e tochas de luzes fracas e tremulantes guiavam-me o caminho.
Corri
pelo que me pareceu uns dois minutos até chegar à bifurcação e tomei o caminho
da esquerda, como fui instruído. O caminho seguia por uma subida. Estava úmido,
então o chão estava um pouco escorregadio.
Fui subindo com dificuldade, até que
avistei uma luz vinda do topo. Corri com tudo em direção à saída. Ou pelo menos
o que eu achava que era a saída.
Ao
chegar ao topo, vi que não se tratava da saída em si, mas o caminho, que era
uma subida, se transformava subitamente em uma descida íngreme. Cheguei
correndo ao topo e tentei parar quando alcancei a descida. Infelizmente Newton
estava certo sobre a inércia e, com o limo que estava formado no chão graças à
umidade, não consegui parar a tempo.
Comecei
a descer escorregando. Ganhava mais velocidade a cada momento que se passava. O
chão era extremamente liso, mas as paredes eram de pedra bruta. De repente as
paredes se tornaram lisa, o chão ficou mais liso ainda, água estava começando a
escorrer junto comigo e, após esse inusitado tobogã ter feito uma curva à
esquerda, eu vi literalmente uma luz no fim do túnel se aproximando de mim com
uma velocidade absurda.
Quando
cheguei ao final, todo o chão desapareceu debaixo de mim e eu despenquei.
Quando olhei pra baixo vi um enorme lago. A queda não foi muito alta, mas foi o
suficiente para me deixar um pouco desnorteado ao bater na água.
Após
algumas braçadas, consegui emergir para a superfície e vi um pequeno
chalé de pedra construído à beira desse lago. Olhei pra trás e vi de onde caí:
Um tubo de esgoto saía de um paredão de pedra a uns 4 metros acima do lago. O
tombo não foi muito grande, realmente. Mas... o nojo de ter saído do tubo de
esgoto continuava... Ainda mais que eu tinha ralado meus dois braços nas
paredes do tubo.
Procurei
sair o mais rápido possível do lago, assim que subi suas margens, eu consegui
olhar melhor onde estava. Estava literalmente no meio do NADA. No meu campo de
visão só tinha esse chalé construído com pedras, o paredão que se estendia
muitos metros acima do chão, praticamente liso até onde a vista alcançava e, ao
redor de tudo, uma mata verde extremamente densa me fazia sentir como se
estivesse aprisionado naquele lugar.
Não
tinha outra coisa a fazer, precisava sair daquele lugar. Mas aquela casa por
algum motivo estava me intrigando. Não resisti e me aproximei da casa (afinal
ou era ir pra essa casa ou encarar o mato no peito).
Mas quando me aproximei da
porta, algo surpreendente aconteceu.
A mulher
que me ajudou a escapar simplesmente saiu da parede. Isso mesmo: SAIU DA
PAREDE, como alguém que atravessa uma porta, simplesmente atravessou uma
barreira de pedra, veio em minha direção, tapou minha boca com a mão, me jogou
contra a porta da casa e eu caí pra dentro da casa, sem saber o que fazer. Ela
logo em seguida entrou e fechou a porta. Uma tocha automaticamente se acendeu na
parede fazendo iluminar o pequeno cubículo de pedra úmida que era essa casa.
- Silêncio, por favor – disse ela enquanto
fechava a porta – Eu sei que você quer explicações, e já vou te dar. Ou melhor,
vão te dar.
Ela
começou a andar na minha direção, mas percebi que eu não era seu destino, ela
seguiu direto pra parede que estava atrás de mim. Levantei-me e comecei a olhar
a casa. Era pequena, com apenas um cômodo. Eu conseguia ver uma cama na outra
ponta da casa, uma escrivaninha no pé da cama com uma vela queimada sobre ela,
duas tochas estavam na parede que tinha a porta e na parede atrás de mim tinha
uma estante com
vários livros.
Ela
vestia a mesma roupa que estava usando quando ela me soltou daquela cadeira:
uma roupa preta colada ao corpo, parecia uma roupa que tinha saído de um mangá.
Quando passou por mim, eu reparei algo estranho: seu pescoço não era claro como
sua pele, tinha uma aparência acinzentada... Mas não tive tempo de dizer nada.
Logo ela seguiu em direção à estante de livros, começou a procurar algum livro
específico. Após alguns segundos ela achou, colocou a mão em um livro vermelho
e o puxou. Na hora ela me chamou pra perto dela.
- Fique comigo, não se afaste de mim. Logo
você já terá algumas respostas. Sinto muito.
Estava
sem reação. Não conseguia agir por conta própria, parecia que estava sendo
controlado contra a minha vontade. Aproximei-me dela pensando somente na minha
irmã. Não conseguia pensar em mais nada.
Quando
percebi, a estante de livros girou pra dentro da parede, revelando uma
escadaria de pedra que descia pra uma caverna imensa iluminada por tochas. Foi
quando ouvi a voz da mulher no meu ouvido.
- Antes que você pergunte, me chame de Sarah.
E eu já peço desculpas por isso. – Na hora, senti uma pontada no meu braço,
olhei e ela estava com uma seringa em mãos. Não tive tempo de reagir. Apenas vi
o mundo escurecendo, meu corpo ficando fraco e de repente o chão sumiu dos meus
pés. Apaguei. Quando acordei, estava deitado em uma cama quente e confortável,
um cheiro de incenso invadiu meu nariz, olhei e vi que o quarto no qual estava
era imenso, num estilo colonial. Móveis de madeira ornamentados, alguns quadros
nas paredes que não identifiquei o que mostravam e, ao lado da cama, tinha uma
senhora de cabelos longos e brancos, pele enrugada e olhos azuis sentada, me
olhando.
- Que bom que você acordou, grande Portador
dos Sonhos.
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É isso, galera... o próximo capítulo está em produção... pretendo entregá-lo pra vocês.... em breve...
até mais <o
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